Perdas do Brasil com tarifaço podem ser amortecidas com reajuste do comércio global, diz estudo
Estudo revela que tarifaço dos EUA pode gerar ganhos em setores específicos do Brasil, como soja e derivados, mas o saldo final ainda é negativo para a economia nacional. A análise aponta perdas significativas nas exportações e no mercado de trabalho brasileiro.
O tarifaço global dos Estados Unidos poderá reorganizar o comércio internacional, mitigando as perdas do Brasil com a sobretaxa de 50% aplicada por Donald Trump.
Um estudo do Cedeplar da UFMG, publicado em 7 de outubro, analisa impactos diretos e indiretos do tarifaço sobre as exportações brasileiras.
- Benefícios indiretos: Tarifações em outros países podem aumentar a competitividade do Brasil.
- China já impôs tarifas de 10% sobre importações americanas.
Embora alguns setores possam se beneficiar, o saldo final é negativo para a economia nacional e global.
Resultados do estudo:
- Previsão de queda de 0,14% no PIB global (US$ 112 bilhões).
- Queda de 3% no comércio mundial (US$ 645 bilhões).
- Brasil: queda de 0,10% no PIB (US$ 12 bilhões) e perda líquida de US$ 4,2 bilhões nas exportações.
Setores beneficiados:
- Soja: ganho de US$ 1,5 bilhão.
- Derivados de petróleo e carvão: US$ 626 milhões.
- Produtos de papel e edição: US$ 523 milhões.
- Equipamentos de transporte: US$ 706 milhões.
- Veículos e peças: US$ 303 milhões.
- Computadores e produtos eletrônicos: US$ 238 milhões.
Setores prejudicados: Metais ferrosos, indústrias química, madeireira e mineral.
A análise também aponta perdas no consumo das famílias e no mercado de trabalho:
- Queda de 0,26% no consumo.
- Queda de 0,15% em investimentos.
- Queda de 0,08% no mercado de trabalho.
Estimativa de perda de 188.707 empregos devido às tarifas dos EUA.
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