Pesquisadores brasileiros especializados em IA têm vistos americanos negados
Pesquisadores brasileiros enfrentam barreiras para obter visto dos EUA devido à sua atuação em inteligência artificial. Negativas acontecem em meio a tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China sobre tecnologia.
Disputa tecnológica entre EUA e China: dois pesquisadores brasileiros de inteligência artificial tiveram seus vistos negados pelo consulado americano.
Motivos das negativas: Questionamentos sobre seus estudos e uma visita a Taiwan levantaram suspeitas. Apesar de não haver uma política migratória específica sobre IA, diretrizes editadas por Donald Trump orientam análises rigorosas das solicitações.
A Embaixada dos EUA no Brasil não comenta casos individuais de visto.
A pesquisadora Mírian Lima teve o visto negado antes de apresentar um projeto na universidade americana. A justificativa dada foi a falta de comprovação de que retornaria ao Brasil, mesmo tendo residência fixa e família no país.
Após uma breve entrevista focada em seu trabalho, Mírian disse que não houve questionamentos mais profundos. Ela foi considerada inelegível conforme a seção 214 (b) da Lei de Imigração dos EUA, a mais comum para negativas de vistos temporários.
Já Rodrigo Nogueira, fundador da Maritaca AI, teve seu visto temporariamente bloqueado após ser aprovado. Ele deveria palestrar no MIT sobre desenvolvimento de IA no Brasil, mas a negativa se deu após questionamentos sobre sua viagem a Taiwan e sua tese de doutorado.
Seção 221(g) foi aplicada no caso de Nogueira, significando que seu pedido ficou em processamento administrativo e não se trata de uma recusa definitiva. Ele também não pode se candidatar a novo visto pelos próximos 12 meses.
A organização do evento no MIT sugeriu a ele que participasse remotamente. Nogueira considerou não comparecer como protesto, mas decidiu participar devido à importância do evento.