Petrobras: mensagem da gestão para 2º semestre será crucial para ações, diz Morgan
Administradores da Petrobras enfrentam pressão após resultados decepcionantes em dividendos, apesar de desempenho operacional sólido. O foco nas explicações sobre capital de giro será crucial para manter a confiança dos investidores na segunda metade do ano.
Morgan Stanley analisou o desempenho da Petrobras no segundo trimestre de 2025 (2T25).
Os resultados operacionais foram excelentes, mas os dividendos decepcionaram, totalizando apenas US$ 0,24 por ADR (dividendo de 1,8% sobre preço da ação), cerca de 20% abaixo da expectativa.
O capex foi de US$ 4,09 bilhões, em linha com a previsão de US$ 4,05 bilhões, aliviando preocupações anteriores.
O fluxo de caixa livre totalizou US$ 3,04 bilhões (US$ 0,77 bilhão após leasing), inferior à estimativa de US$ 3,83 bilhões. Isso deve atrair scrutínio dos investidores para as expectativas de dividendos futuras.
A dívida bruta subiu para US$ 68 bilhões, conforme previsto, devido a novas contabilizações. A administração aprovou investimentos em distribuição de combustíveis, que podem impactar negativamente as ações a curto prazo.
Questões sobre dividendos baixos surgiram, considerando os bons resultados operacionais e capex adequado. A resposta parece estar nas contas de capital de giro, que são difíceis de prever. Fatores como a ausência de créditos tributários e variações em estoques influenciaram os resultados.
A administração enfatizou que a geração de caixa no segundo semestre de 2025 será crucial para o desempenho das ações.
O Morgan mantém a recomendação overweight (desempenho acima da média) e observa que a remuneração aos acionistas depende da alocação de capital e dos preços do petróleo. Acredita-se que os fluxos de caixa da Petrobras sejam resilientes, mesmo em períodos de preços baixos do petróleo, e há potencial para dividendos extraordinários com a recuperação do preço do petróleo.