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Petrobras quer voltar à distribuição, mas mercado vê riscos; entenda

Retomada da distribuição de combustíveis gera preocupações entre investidores e analistas sobre o impacto financeiro e político para a Petrobras. Especialistas apontam riscos de retorno sobre investimento e possível ingerência do governo nas operações da estatal.

Sinalização da Petrobras sobre retomada da distribuição de combustíveis gera reações negativas

A Petrobras sinalizou a possibilidade de voltar à distribuição de combustíveis, incluindo o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o que foi mal recebido por investidores e especialistas do setor.

Três razões principais para a reação negativa:

  • A atuação no GLP pode ser um passo para uma abrangência maior na distribuição, incluindo gasolina e diesel.
  • O capital investido pode não assegurar o retorno esperado, com um histórico de projetos ruins.
  • O investimento suscita receios de uma maior ingerência política sobre a empresa.

Com as baixas aprovações do governo e um ano eleitoral se aproximando, a atuação da Petrobras pode ser estratégica para o presidente Lula. A diretoria-executiva da Petrobras planeja revisar a política de preços do GLP.

A possibilidade foi anunciada em um comunicado após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre. A empresa indicou interesse em negócios rentáveis e parcerias na distribuição de GLP.

O banco Jefferies considera o movimento um potencial primeiro passo para a construção da área de distribuição a médio prazo, com previsão de implementação em 2026 pela XP.

No dia seguinte ao anúncio, a Petrobras perdeu cerca de R$ 32 bilhões de valor de mercado na B3, com ações caindo quase 8% devido a expectativas de fluxos de caixa e dividendos menores.

A estatal vendeu sua subsidiária de varejo, a BR Distribuidora, em 2021, agora chamada Vibra, que usa a marca Petrobras até 2029. No caso do GLP, a Petrobras vendeu em 2020 a Liquigás à Copagaz.

A presidente Magda Chambriard critica o sistema de distribuição atual, citando que a redução nos preços não chega ao consumidor final e incentivando a cobrança de preços mais justos.

O governo também planeja o programa Gás para Todos, que visa distribuir botijões de gás a 17 milhões de famílias até 2027, visando a oferta de gás mais barato.

No evento em que Lula criticou a venda da BR Distribuidora, ele destacou a intenção de retomar o controle sobre os preços praticados nas bombas e manifestou que a Petrobras consegue entregar gás a preços bem inferiores ao que chega ao consumidor.

Ainda não está claro se a Petrobras avançará na possível compra da Vibra, o que exigiria um grande desembolso de capital, e a Vibra se negou a comentar sobre o assunto.

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