Petroleiros planejam greve após Petrobras anunciar política de austeridade
Greve de advertência da FUP ocorre em meio a insatisfações com a remuneração e política de cortes da Petrobras. A paralisação, que ainda depende de aprovação, visa pressionar por melhores condições de trabalho e segurança nas operações.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) anunciou uma nova greve de advertência para os dias 29 e 30 de maio, em protesto contra a estagnação nas negociações com a Petrobras, focando na remuneração variável e na nova política de cortes de custos.
A paralisação está prevista para ser aprovada em assembleias sindicais e é uma continuação da mobilização que começou em março, quando houve uma greve de 24 horas.
A FUP destacou a insatisfação da categoria após declarações da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que indicou contenção de despesas mesmo após a empresa reportar um lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre.
A gestão da Petrobras prometeu austeridade e controle de custos enquanto anunciou a distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos aos acionistas, o que gerou uma percepção de incoerência.
Além disso, os sindicatos exigem maior transparência e rigor na segurança operacional, apontando práticas de subnotificação de acidentes. A Petrobras, por sua vez, afirmou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a greve, mas respeita o direito de manifestação.
A companhia reiterou a necessidade de reduzir o teletrabalho para integrar melhor as equipes e está investindo em novos projetos e na contratação de 1.780 novos empregados ao longo de 2025.
Esta será a segunda greve de advertência do ano. Em 26 de março, os trabalhadores protestaram contra a redução da remuneração variável e pela defesa do teletrabalho. Após essa paralisação, a Petrobras adiou mudanças no regime de home office que afetariam os funcionários.
A Petrobras continua a dialogar com as entidades sindicais e já atendeu algumas reivindicações, como flexibilização do modelo híbrido para gestantes e pais de bebês.