Petróleo, guerra e tarifas atingem previsões dos mercados para bancos centrais
Corte inesperado de juros na Noruega e incertezas geopolíticas geram desconforto nas bolsas globais. Investidores enfrentam um ambiente volátil, tornando difícil a previsão da política monetária e da inflação.
Inquietação dos investidores aumenta após corte inesperado de juros na Noruega.
A Noruega cortou os juros, levando a coroa norueguesa a cair cerca de 1% em relação ao dólar e ao euro. Esse movimento destaca a incerteza global devido às sobretaxas de importação dos EUA, a guerra no Oriente Médio e um dólar instável.
A Suíça também reduziu os juros para 0%, frustrando expectativas de taxas negativas. O Federal Reserve manteve os juros, com seu presidente, Jerome Powell, indicando falta de convicção sobre futuras trajetórias.
As bolsas globais se afastaram de picos recentes, e a volatilidade no mercado acionário europeu atingiu seu maior nível em dois meses.
Mark Dowding, diretor de investimentos na BlueBay, destacou a incerteza política e macroeconômica atual, enquanto investidores temem que a volatilidade aumente devido a fatores geopolíticos.
Os bancos centrais europeus enfrentam desafios com um novo cenário de câmbio volátil e preços de commodities prejudicados por tensões comerciais e dívidas governamentais.
François Villeroy de Galhau, do BCE, mencionou que adaptações podem ser necessárias caso a volatilidade dos preços do petróleo persista.
Analistas preveem que estamos entrando em um novo ciclo de surpresas para os bancos centrais, onde fatores humanos e políticos ganham relevância. O corte de juros na Noruega reflete essa realidade cambial.
O franco suíço subiu, reduzindo custos de importação e contribuindo para deflação na Suíça.
John Stopford, da Ninety One, alertou sobre riscos crescentes para as bolsas globais e sobre a desproporção entre custos de proteção contra volatilidade e o real risco no mercado de ações.
O índice de bolsas globais permanece 20% acima do ponto mais baixo em abril, mas Stopford vê mais motivos para preocupação no curto prazo.