Petróleo pode disparar com possível fechamento do Estreito de Ormuz
Especialistas analisam que a aprovação do bloqueio do Estreito de Ormuz pode intensificar as pressões no mercado de petróleo. O cenário permanece incerto, com a possibilidade de impactos significativos nos preços em função da situação geopolítica.
Bloqueio do Estreito de Ormuz: após ataques dos EUA ao Irã, analistas indicam que possibilidade de bloqueio pressiona o mercado de petróleo.
O parlamento iraniano aprovou a interdição do estreito, que é crucial para o escoamento de 20% do petróleo mundial e mais de um quinto do gás natural liquefeito. A decisão requer aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Ali Khamenei.
A ameaça de fechamento se intensificou após os bombardeios americanos em instalações nucleares iranianas. Historicamente, o Irã já alertou sobre o bloqueio, mas não se concretizou.
Segundo Bruno Cordeiro, analista da StoneX, o fechamento causaria um desequilíbrio na oferta global. A rota é vital para o fluxo de petróleo do Golfo para a Ásia e Europa.
A JPMorgan projetou que, no pior cenário, o preço do barril poderia subir a US$ 120 a US$ 130. Atualmente, o Brent fecha em US$ 77. Expectativa é que, com a ameaça, o preço suba para US$ 80 a US$ 85.
O presidente da Brava, Décio Oddone, vê o bloqueio mais como uma ameaça, pois afetaria o próprio Irã e seu principal importador, a China. O fechamento prejudicaria também outros países que dependem do estreito.
Felipe Perez, da S&P, destaca que as pressões internacionais para evitar o bloqueio serão significativas, dado que a economia iraniana depende fortemente das exportações de petróleo.
Ainda há incertezas sobre os próximos desdobramentos, mas a expectativa é de que os ânimos se acalmem se o bloqueio não se concretizar.
Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO.