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PF aponta Braga Netto como “figura central” em plano para desacreditar urnas

Relatório da Polícia Federal aponta que general Walter Braga Netto orquestrou ações para enfraquecer a confiança no sistema eleitoral. Mensagens revelam tentativas de manipular informações e promover desinformação sobre as eleições de 2022.

Polícia Federal conclui que o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, foi central na articulação para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e preparar um golpe de Estado.

A informação está em um relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base em mensagens do celular do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor de Braga Netto.

Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro de 2023, acusado de obstruir a Justiça e acessar informações sigilosas da delação de Mauro Cid.

O relatório revela que ele fazia parte de um grupo de WhatsApp chamado Eleições 2022, onde discutiam documentos com alegações falsas de fraude nas urnas eletrônicas, a serem usados em questionamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As mensagens indicam que o grupo, incluindo assessores e militares, pretendia entregar um relatório manipulado ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

Essas informações falsas sustentaram ação do Partido Liberal (PL)Lula.

O inquérito aponta que a rede de desinformação incluía o envio de “estudos falsos” a influenciadores digitais, como o argentino Fernando Cerimedo, que publicou conteúdos questionando as urnas eletrônicas.

As ações visavam desestabilizar as instituições democráticas, segundo os investigadores.

Outra revelação do relatório indica que o coronel Botelho teve acesso prévio à delação de Mauro Cid, evidenciando tentativas do entorno de Bolsonaro em acompanhar ilegalmente as investigações.

A retórica golpista já estava em curso antes das eleições, com menções a atos de 7 de setembro de 2021 e ataques a ministros do STF.

Braga Netto e Cid trocaram mensagens sobre a situação política, evidenciando intenções graves. Cid comentou: “PR apanhando muito. Tomara que não venham migalhas." Braga Netto afirmou: “Mas agora nós podemos virar a mesa."

Na semana passada, Braga Netto negou qualquer envolvimento com planos de golpe durante depoimento a Moraes. Sua defesa solicitou uma acareação com Mauro Cid, marcada para terça-feira (24).

A defesa também tenta rebater acusações sobre o plano chamado Punhal Verde e Amarelo e nega que ele tenha entregado dinheiro a Cid para financiar um esquadrão de elite do Exército.

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