PF faz nova operação em três estados em investigação que mira em venda de sentenças no STJ
Operação busca desvendar esquema de lavagem de dinheiro vinculado à compra de decisões judiciais e envolve mandados de busca e apreensão. Lobista preso é apontado como liderança no suposto esquema de corrupção no Superior Tribunal de Justiça.
Polícia Federal realiza operação nesta terça-feira, 13, para investigar um esquema de lavagem de dinheiro ligado a propinas para decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Esta é a quinta fase da operação Sisamnes, focada em lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, e organização criminosa.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, com o sequestro de bens e valores totalizando cerca de R$ 20 milhões. Os investigados estão proibidos de deixar o país por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Primeira Turma do STF decidiu manter preso o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que desempenhou papel central no esquema. O relator, Cristiano Zanin, destacou que há elementos significativos que indicam sua participação decisiva na venda de decisões judiciais.
Uma fase anterior da operação, realizada em março, investigou a obstrução da Justiça, revelando uma rede clandestina que monitorava e negociava acesso a informações sigilosas do STJ.
Mensagens apreendidas mostram o envolvimento de assessores de três ministros do STJ, que não estão sob investigação. Conversas entre Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro passado, indicam cobranças por vendas de sentenças.
A análise do celular de Zampieri levou à investigação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Polícia Federal, que revelaram indícios de um esquema de venda de sentenças no STJ.