PF faz nova operação para investigar venda de sentenças no STJ
A nova fase da operação Sisamnes revela uma complexa rede de lavagem de dinheiro e corrupção no STJ. A PF cumpre mandados e sequestra bens relacionados aos envolvidos em um esquema de venda de sentenças judiciais.
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (13.mai.2025), uma nova fase da operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O foco inclui crimes de:
- Lavagem de dinheiro
- Corrupção ativa e passiva
- Mercado de câmbio clandestino
- Evasão de divisas
- Organização criminosa
A PF identificou uma rede financeira-empresarial envolvida na lavagem de dinheiro para encobrir a origem ilícita dos recursos usados na compra de decisões judiciais.
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou 11 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens e valores totalizando R$ 20 milhões, além da apreensão dos passaportes dos investigados. A investigação é sigilosa e sob relatoria do ministro Cristiano Zanin.
Os alvos estão localizados em Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal. O STJ não respondeu à solicitação de manifestação até a publicação desta reportagem.
A operação foi iniciada em novembro de 2024 e mira advogados, lobistas, empresários e assessores de ministros do STJ, suspeitos de negociar sentenças em troca de pagamentos. Zanin afirmou que não há indícios de envolvimento de ministros do STJ.
A apuração começou após a análise do celular do advogado Roberto Zampieri, falecido em 2023, levando à instauração de reclamação disciplinar contra 2 desembargadores do TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso).
Pelo inquérito, investiga-se uma rede de intermediação envolvendo empresários e servidores do Poder Judiciário. Mandados foram cumpridos em Distrito Federal, Mato Grosso e Pernambuco.
Segundo Zanin, os diálogos no celular do advogado revelaram um “amplo arcabouço” de negociações espúrias.