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PF investiga “pedágio” de até 12% em emendas no CE e cita líder do governo Lula

Polícia Federal desmantela corrupção em emendas parlamentares no Ceará, envolvendo taxas de retorno. Deputado Júnior Mano é o principal investigado, com buscas em suas propriedades e no gabinete.

Polícia Federal investiga esquema de desvio de emendas parlamentares no Ceará.

O deputado Júnior Mano (PSB-CE) é apontado como o articulador central da operação, cobrando até 12% em "taxas de retorno" para liberar recursos a prefeituras. O esquema beneficiaria campanhas eleitorais de aliados em 2024.

Além de Mano, o inquérito menciona emendas dos deputados José Guimarães (PT-CE), Eunício Oliveira (MDB-CE), e Yuri do Paredão (MDB-CE), mas nenhum deles foi alvo direto da operação deflagrada em 9 de outubro.

A investigação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, incluiu buscas em gabinetes e residências dos envolvidos. A PF relata que as transferências voluntárias da União eram utilizadas para gerar contratos superfaturados ou direcionados.

Segundo a PF, prefeitos teriam repassado parte dos valores, descritas como "pedágio" ou "imposto", caracterizando a prática como uma “institucionalização da corrupção”.

José Guimarães negou envolvimento e afirmou não ter destinado recursos para os municípios citados. A assessoria de Eunício Oliveira defendeu a legalidade de suas emendas. Yuri do Paredão ressaltou a transparência de suas ações.

Conversas interceptadas revelaram que Carlos Alberto Queiroz (Bebeto), ex-prefeito de Choró, articulava repasses mediante pagamento de propina, mencionando Guimarães e Eunício em negociações.

Um depoimento de uma ex-prefeita de Canindé revelou que ela recusou devolver 10% de emendas atribuídas a Guimarães, o que teria resultado em seu afastamento do grupo de Mano.

A PF busca apurar o envolvimento dos deputados mencionados, que possuem foro privilegiado. Júnior Mano declarou confiar na Justiça e nega irregularidades ligadas às prefeituras.

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