PF lista transações atípicas de advogados e empresários em investigação do INSS
Relatórios da Polícia Federal revelam movimentações financeiras de advogados e empresário relacionados a fraudes no INSS. Apesar das transações atípicas, não há indícios diretos de conexão com os esquemas investigados.
Polícia Federal investiga movimentações financeiras atípicas de advogados Nelson Wilians e Willer Tomaz e do empresário Paulo Octávio no caso de fraudes em descontos de aposentadorias do INSS.
Relatórios com dados de centenas de pessoas e empresas foram elaborados a partir de comunicações ao Coaf. A PF não atribui suspeitas a essas pessoas.
Documentos de ao menos 400 páginas revelaram movimentações de R$ 4,6 bilhões do escritório de Wilians entre 2019 e 2024. Metade são créditos e a outra metade, débitos.
Ainda assim, investigadores não indicam conexões entre esses dados e a suposta fraude. O sigilo sobre as informações financeiras foi restabelecido recentemente.
Em 2024, foi noticiado que Wilians fez pagamentos de R$ 15,5 milhões a Maurício Camisotti, mencionado como beneficiário das fraudes. A assessoria de Wilians defendeu que os valores são relativos à compra de um imóvel.
O advogado enfatizou que movimentações mencionadas não têm relação com o escândalo e que seu escritório patrocina mais de 20 mil empresas.
A PF também investigou movimentações de R$ 45,5 milhões de Willer Tomaz de Souza, incluindo um pagamento de R$ 120 mil a Milton Salvador, um dos investigados. A PF reconheceu que Willer não é alvo da investigação.
Willer Tomaz alegou que todas as suas transações são lícitas e datadas de antes da operação. Ele citou medidas contra a exposição indevida de seus dados.
Paulo Octávio teve suas movimentações de R$ 1 bilhão analisadas, divididas em dois períodos. Sua assessoria afirma que ele não se opõe à exposição dos dados.
Nenhum dos advogados ou Paulo Octávio foi notificado sobre investigações, pese as ligações mencionadas.
A Polícia Federal destaca que os relatórios do Coaf são utilizados como controle e prevenção à lavagem de dinheiro, mas não confirmam irregularidades.