PGR defende manter delação de Cid e fala em “voluntariedade”
PGR refuta alegações de coação na delação de Mauro Cid e defende a validade do acordo firmado. Ministro Alexandre de Moraes deve decidir se o caso será encaminhado para julgamento no STF.
A PGR (Procuradoria Geral da República) negou, nesta quinta-feira (13.mar.2025), alegações de coação para a assinatura do acordo de colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid.
O procurador geral Paulo Gonet respondeu a argumentos de 8 denunciados ligados ao planejamento de um golpe de Estado em 2022. Destacou que o desejo de manutenção do acordo por parte de Cid reforça sua voluntariedade.
A defesa de Cid afirmou que “jamais” admitiriam qualquer coação, mesmo após o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Braga Netto acionarem a Justiça alegando involuntariedade na delação.
A PGR também se manifestou contra a transferência do caso para a 1ª Instância, mantendo-o no STF, e decidiu manter a delação de Cid válida.
Gonet informou que o ministro Alexandre de Moraes avalia se o caso será enviado para a 1ª Turma do STF, onde se decidirá sobre a aceitação da denúncia, podendo tornar os acusados réus.
Os vídeos da delação foram tornados públicos em 20 de fevereiro de 2025 e mostram depoimentos de Cid relacionados a contradições. A PF indiciou Bolsonaro e 39 outras pessoas em 21 de novembro de 2024, por tentativa de golpe de Estado com penas que podem chegar a 43 anos.
As investigações revelaram que o grupo, majoritariamente militar, pretendia impedir a posse do presidente eleito e possivelmente executar plano de assassinato envolvendo Lula e o ministro Alexandre de Moraes.
A operação Contragolpe da PF resultou em prisões significativas, incluindo a de Braga Netto, e envolveu vasta coleta de provas ao longo de quase dois anos de investigação.