PIB da Suíça surpreende às vésperas da tarifa de 39% imposta por Trump
Crescimento econômico inesperado na Suíça reflete antecipação de exportações, enquanto governo busca reduzir tarifas comerciais dos EUA. A força do franco suíço e possíveis cortes de juros pelo Banco Nacional Suíço são questões centrais para a competitividade futura.
A economia da Suíça teve uma surpreendente alta de 0,1% no segundo trimestre, superando a expectativa de contração de 0,1% prevista por economistas da Bloomberg.
O desempenho positivo foi impulsionado por exportadores que anteciparam vendas aos EUA antes da implementação de tarifas comerciais.
Esse avanço acontece antes da entrada em vigor de uma tarifa de 39%, imposta pelo presidente Donald Trump, a mais alta aplicada a um país desenvolvido.
O governo suíço está negociando para tentar reduzir essa tarifa e acredita na possibilidade de um acordo até o fim de outubro, conforme o prazo estabelecido pelo Tesouro dos EUA.
A analista Ipek Ozkardeskaya, da Swissquote, alerta que o atual cenário pode ser revisado. Ela também menciona que o franco suíço forte impacta negativamente a competitividade.
Com isso, a expectativa de cortes de juros pelo Banco Nacional Suíço no segundo semestre é considerada realista, visando aliviar custos de financiamento.
Sobre o avanço do PIB, perdas na indústria foram compensadas por ganhos no setor de serviços. A estimativa preliminar será revisada em 28 de agosto.
O setor farmacêutico, ainda isento de tarifas, é uma área de incerteza, especialmente após Trump sinalizar medidas que podem incluir esse segmento. A possibilidade de taxação de medicamentos aumenta o risco de recessão, segundo Hans Gersbach, do instituto KOF.
Enquanto isso, algumas empresas, como a fabricante de chocolates Lindt & Spruengli, consideram deslocar parte da produção para fora da Suíça para minimizar impactos comerciais.