PL diz ter apoio mínimo para urgência da anistia, mas decisão é de Hugo Motta
Deputado Sóstenes Cavalcante atinge assinatura necessária para urgência da anistia aos golpistas de 8 de Janeiro. A proposta enfrenta resistência na Câmara, com discordâncias entre a ala bolsonarista e setores moderados sobre a tramitação.
Deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, anunciou ter conseguido 257 assinaturas para o requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.
A proposta poderá ser analisada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões, após a assinatura do deputado Paulo Azi (União Brasil-BA).
Apesar da coleta de assinaturas, a decisão sobre a tramitação está com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deseja primeiro criar uma comissão especial para discutir o tema.
A pressão pela anistia, impulsionada por Jair Bolsonaro (PL), contrasta com o esforço de setores moderados da base do governo, que buscam penas alternativas para evitar uma anistia ampla.
Reuniões entre Bolsonaro e Motta tentam acelerar a tramitação, mas Motta reafirma que a proposta só será levada ao plenário após ter passado pela comissão, que ainda não foi formada.
O impasse revela um racha na Câmara: aliados de Bolsonaro veem a anistia como uma pacificação nacional, enquanto outros parlamentares acreditam que isso significaria ignorar crimes contra o Estado democrático.
Nos bastidores, há preocupação de que uma votação sem discussão aumente o risco de judicialização do projeto, que poderia beneficiar até mesmo o ex-presidente Bolsonaro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado.