PL publicou relatório de urnas contra minha vontade, diz Valdemar
Valdemar Costa Neto revela que a divulgação do relatório sobre urnas eletrônicas foi resultado de pressão interna e que não concordava com a decisão. O depoimento ocorre em meio às investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado pós-eleitoral.
Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, afirmou que a publicação do relatório sobre urnas eletrônicas em 2022 foi feita por “pressão de deputados” e “contra a sua vontade”.
A declaração ocorreu durante seu depoimento ao STF, onde Valdemar é testemunha de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do IVL (Instituto Voto Legal) e réu na Ação Penal 2694, ligada à suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Após o 2º turno eleitoral, em 22 de novembro de 2022, o PL apresentou uma representação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a invalidação de votos em 279 mil urnas, alegando irregularidades. O TSE rejeitou a ação e multou o partido em R$22,9 milhões.
Durante seu depoimento, Valdemar afirmou que a decisão de divulgar o relatório foi motivada por pressões internas para esclarecer “a dúvida” que o partido tinha. Ele afirmou: “Isso foi contra a minha vontade, mas havia uma pressão muito grande dos deputados”.
Carlos Rocha, na ocasião, destacou que havia “indícios de mau funcionamento” nos equipamentos, causando “incerteza nos dados”.
Sobre a escolha do Instituto Voto Legal, Valdemar disse que não havia outras opções no mercado e que a indicação partiu do senador Marcos Pontes (PL-SP), que conhecia profissionais capacitados.
Ao final, Valdemar elogiou o trabalho do Instituto Voto Legal, afirmando que eles se dedicaram e apresentaram relatórios de forma regular. O presidente do PL de São Paulo e vice-presidente nacional do PL, José Tadeu Candelária, acompanhou o trabalho do Instituto.