Planalto 'não se mete' nas negociações sobre comissões permanentes, diz líder do governo
Deputado José Guimarães reafirma a posição do governo de não interferir nas comissões da Câmara. A preocupação gira em torno da possível ascensão de Eduardo Bolsonaro à Comissão de Relações Exteriores, o que pode intensificar conflitos com o Supremo Tribunal Federal.
José Guimarães, líder do governo na Câmara, afirmou nesta terça-feira (11) que o Palácio do Planalto não deve interferir nas negociações das comissões permanentes.
A declaração veio após o PT buscar evitar que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) assuma a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden).
"O governo não se mete na composição de comissões", disse Guimarães. Ele falou com a imprensa após encontro com a nova ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), chamou a possível indicação de Bolsonaro para a Creden de um "problemaço". Segundo ele, isso poderia esquentar a relação entre o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal.
Lindbergh ressaltou: "A indicação de Eduardo Bolsonaro para a Creden é um fato muito grave."
Como o PL tem a maior bancada, tem direito à "primeira pedida" nas comissões, levando à cogitação do nome de Bolsonaro para a Creden.
Além disso, o PL vislumbra também indicar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão da Saúde, que é a mais emendada.
No entanto, a iniciativa em relação à CCJ contraria um acordo feito pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que previa que essa comissão seria liderada por PT, PL, União e MDB entre 2023 e 2026.