Plano de Israel prevê deslocamento forçado de palestinos até 7 de outubro
Deslocamento forçado de palestinos é parte de um plano israelense que mira a Cidade de Gaza, enquanto o mundo reage com preocupações e pressão por negociações de paz. O Conselho de Segurança da ONU se reunirá em caráter de emergência para discutir a situação e suas implicações.
O governo de Israel aprova plano para a ocupação da Cidade de Gaza, prevendo o deslocamento forçado de milhares de palestinos até 7 de outubro, data simbólica do início do conflito com o Hamas.
A proposta foi aprovada pelo gabinete de segurança na última sexta-feira (8), apesar de críticas. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu defendeu o controle total da Faixa de Gaza.
A operação será gradual, começando pela Cidade de Gaza. Em até dois meses, os moradores serão retirados e levados a campos de refugiados. Após isso, tropas cercarão a área para operações internas.
Atualmente, cerca de 1 milhão de pessoas vivem na Cidade de Gaza, que está sob controle israelense em cerca de 75% da Faixa. As autoridades não revelaram os destinos das transferências.
A operação incluirá ajuda humanitária às populações fora das zonas de combate.
Os integrantes do gabinete também apoiaram cinco exigências para o fim da guerra com o Hamas:
- Desarmamento da facção terrorista;
- Retorno dos 50 reféns ainda em cativeiro;
- Desmilitarização de Gaza;
- Controle de segurança por Tel Aviv;
- Criação de governo civil sem Hamas ou Autoridade Palestina.
A decisão gerou reações globais. O premiê da Alemanha, Friedrich Merz, anunciou a suspensão de exportações militares para Israel. Ele enfatizou a libertação de reféns e negociações por um cessar-fogo.
O Conselho de Segurança da ONU fará reunião de emergência no próximo domingo, após um pedido de diversos países. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com a "escalada perigosa" e suas consequências para os palestinos em Gaza.