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Planos de saúde sobem 327% em 18 anos, acima da inflação no período

Os planos de saúde acumulam alta de 327% desde 2006, pressionando o orçamento das famílias e empresas. Estudo revela que o aumento excessivo pode tornar o acesso à saúde privada inviável e elevar a demanda pelo SUS.

Planos de saúde no Brasil tiveram alta de 327% entre 2006 e 2022, quase o dobro da inflação geral do país, de 170%, segundo análise do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (Ieps).

O setor discorda do uso do IPCA para medir variação de preços, argumentando que a precificação considera custos de insumos, tecnologia e frequência de uso pelos usuários.

A pesquisa mostra que a alta dos planos impactou significativamente a cesta de saúde. Outros serviços, como médicos e dentários, subiram 233%, enquanto serviços laboratoriais e hospitalares aumentaram 179%.

  • Alimentos e bebidas: 276%
  • Educação: 203%
  • Habitação: 176%

O Brasil enfrentou o maior aumento nos preços dos planos de saúde em comparação com países como Alemanha, França e EUA.

O economista Vinicius Peçanha aponta que o aumento se dá por tecnologias mais caras, reajustes e mudanças demográficas. Isso torna o acesso à saúde privada mais difícil, especialmente para famílias com idosos.

Atualmente, 72% dos 52,3 milhões de usuários estão em contratos coletivos empresariais, representando 15% da folha de pagamento das empresas.

O diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar, Bruno Sobral, e outros especialistas reconhecem os efeitos dos altos custos e da tecnologia em saúde, mas afirmam que a qualidade assistencial melhorou desde 2006.

O advogado Marcos Patullo destaca que muitas famílias estão se endividando com as mensalidades, e usuários de planos individuais enfrentam limites de reajuste definidos anualmente pela ANS.

Histórias de consumidores revelam dificuldades, como a farmacêutica Cleide de Barros, que viu o custo do plano comprometer 40% de sua renda familiar.

A ANS destaca que os custos em saúde crescem em diversas partes do mundo e que as comparações de renda devem considerar variações salariais e mudanças de planos ao longo dos anos.

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