Pobreza cai em 2024, mas em ritmo menor devido à restrição fiscal, diz Banco Mundial
A redução da taxa de pobreza no Brasil reflete um mercado de trabalho em crescimento, mas a alta nos preços dos alimentos impacta o poder de compra das famílias. A expectativa para os próximos anos é de uma melhora mais lenta, devido a desafios fiscais e econômicos.
A taxa de pobreza no Brasil caiu de 21,7% para 20,9% em 2024, reduzindo o número para cerca de 45,8 milhões de pessoas, conforme dados do Banco Mundial.
A diminuição é atribuída a um mercado de trabalho aquecido, com alta salarial real de 4,8%. Os maiores ganhos ocorreram em regions rurais (1,3%), entre jovens (0,8%) e negros (0,8%).
No entanto, a alta dos preços dos alimentos (7,7%) impactou negativamente o poder de compra dos mais pobres.
Esta é a quarta redução anual consecutiva da pobreza, mas com uma desaceleração significativa em relação a anos anteriores: quase 2 pontos percentuais em 2023 e 5 pontos percentuais em 2022.
O Banco Mundial define a pobreza com base na renda em dólares. No Brasil, os extremamente pobres vivem com R$ 15,8 por dia, os intermediários, com R$ 26,82, e os pobres, com R$ 50.
A expectativa é que, até 2025, a pobreza melhore novamente, mas em uma proporção menor devido a limitações fiscais e crescimento econômico reduzido (previsto a 1,8% para 2025).
A política monetária restritiva é uma resposta ao estouro do teto da meta de inflação (4,8% acima do teto de 4,5%). O Banco Central recomenda um ajuste fiscal de 3% do PIB para reverter a trajetória da dívida pública.
A desigualdade, medida pelo índice de Gini, permanece elevada em 51,7% em 2024.