Pobreza cai pelo terceiro ano seguido, mas inflação impede queda maior, alerta Banco Mundial
Embora a taxa de pobreza continue em queda, a inflação de alimentos prejudica resultados mais significativos. O Banco Mundial destaca a necessidade de melhoria no acesso a empregos de qualidade para consolidar essa tendência.
Taxa de pobreza no Brasil caiu pelo terceiro ano consecutivo em 2024, atingindo 20,9%, uma diminuição de 0,8 ponto percentual em relação a 2023, segundo o Banco Mundial.
A taxa é a segunda melhor desde 1981, apenas atrás de 2020, quando foi de 18,7%, impulsionada pelo programa Auxílio Brasil. Após um aumento em 2021, a taxa começou a recuar.
A inflação, particularmente a de alimentos (7,7%), dificultou um recuo mais significativo. Os preços subiram 4,8% no último ano. O ganho real de 2% no salário mínimo ajudou na redução da pobreza.
Apesar da queda contínua, a taxa de pobreza no Brasil ainda é superior a de vários países sul-americanos, como:
- Paraguai: 16,2%
- Bolívia: 14,1%
- Argentina: 13,3%
- Uruguai: 6,7%
- Chile: 4,6%
Além disso, a desigualdade no Brasil permanece alta, com um coeficiente de Gini de 51,6, distando do padrão de “desigualdade moderada” (40). A pobreza varia significativamente entre os estados, de 8% em Santa Catarina a 44% no Maranhão.
Em 2025, o Banco Mundial projeta uma redução de 0,2 ponto percentual na taxa de pobreza, para 20,7%, mas com expectativa de perda de força na queda.
Um dos fatores é a expectativa de expansão menor dos gastos com programas sociais, especialmente o Bolsa Família. O Banco Mundial enfatiza a importância de aumentar a inclusão econômica dos pobres, com foco em empregos de qualidade.
Atualmente, o trabalho representa 60% da renda em lares não pobres, mas apenas 44% nos lares pobres. A informalidade afeta 68% dos pobres, comparado a 36% dos não pobres.
Para melhorar a situação, o Banco Mundial sugere a modernização dos serviços de intermediação de mão de obra e investimentos em setores com potencial para criar empregos de alta qualidade.