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Polarização domina o debate sobre moderação nas plataformas

A polarização em torno da regulação de conteúdo nas redes sociais reafirma tensões globais, com direita e esquerda apresentando visões opostas sobre moderar informações. O estudo do Reuters Institute destaca a falta de consenso e as implicações jurídicas que afetam o debate no Brasil e em outros países.

Publicação do Digital News Report do Reuters Institute destaca a polarização em torno da moderação de conteúdo.

Os projetos de lei da Inteligência Artificial (PL 2338/2023) e da regulação de plataformas (PL 2630/2020) são os focos da discussão.

O PL de IA foi aprovado no Senado e está em audiências públicas na Câmara. Já o PL das Fake News permanece parado, aguardando julgamento do STF sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. O Supremo possui maioria para torná-lo inconstitucional (7 x 1).

O relatório também menciona a desinformação relacionada ao governo Lula, evidenciada por um vídeo de Nikolas Ferreira com mais de 300 milhões de visualizações, que acusava a taxação do Pix.

A polarização não é exclusiva do Brasil; Estados Unidos, Grécia, Alemanha, e Reino Unido também refletem o conflito entre direita e esquerda. A direita critica a moderação e verificação de fatos, considerando censura, enquanto a esquerda aponta a falta de remoções de conteúdo.

As big techs têm apoio de empresários, como aconteceu durante o mandato de Donald Trump, que se opôs a regulações. A Meta parou a verificação nos EUA, e o vice J.D. Vance atacou as regras da União Europeia sobre discurso de ódio.

O relatório do Reuters Institute revela que 32% dos entrevistados acreditam que as big techs excluem pouco conteúdo danoso, enquanto 18%

A situação é mais acentuada no Reino Unido e na Alemanha, com novas regras de segurança nas redes. Em contraste, americanos e gregos possuem visões divididas.

O levantamento indica que 48% dos indivíduos identificados com a direita nos EUA veem muito conteúdo retirado, enquanto 44% da esquerda discordam.

Os pesquisadores observam que, apesar das divergências, jovens também apoiam mais moderação, embora menos assertivamente que os mais velhos. Eles cresceram expostos a uma variedade de perspectivas nas mídias sociais.

O estudo conclui que a falta de transparência nas plataformas e a polarização complicam a busca por uma governança global.

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