‘Policiais sabiam que estavam errados e optaram por isso’, diz coronel da PM sobre morte em Paraisópolis
Policiais envolvidos na morte de jovem durante operação em Paraisópolis são detidos. Tecnologia de câmeras corporais foi crucial para evidenciar a ação criminosa dos agentes.
Dois policiais militares foram presos em flagrante por homicídio doloso após a morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, 24 anos, durante uma operação na zona sul de São Paulo na última quinta-feira (10).
Imagens de câmeras corporais mostram que Igor foi atingido por disparos mesmo após se render, com as mãos na cabeça. O coronel Emerson Massera da PM declarou que os policiais "sabiam que estavam cometendo erros".
As imagens indicaram que a morte não ocorreu dentro das excludentes de ilicitude. O coronel afirmou que a PM não compactua com erros e crimes de policiais.
A operação em Paraisópolis foi iniciada após denúncias de tráfico. Cento e poucas porções de drogas, dinheiro, e outros itens foram apreendidos. Igor foi morto durante a abordagem policial, enquanto três outros foram presos.
O incidente gerou protestos na comunidade, resultando em um policial da Rota ferido e na morte de um homem em confronto. A PM mobilizou cerca de 300 agentes para conter a situação.
Um inquérito policial militar foi instaurado e, apesar das críticas, Massera garantiu que a atuação da PM na região não será reduzida.
O ouvidor das polícias de SP, Mauro Caseri, defendeu a ampliação do uso de câmeras corporais e investimento em armamentos não letais. Caseri também destacou a necessidade de discutir a saúde mental dos policiais.
Em 2024, 800 pessoas já morreram em operações da PM, um aumento de 63% em relação ao ano anterior. Caseri considerou o cenário inaceitável e pediu participação da sociedade nas discussões sobre segurança pública.
Massera também ressaltou a importância das declarações de autoridades sobre ações policiais, citando a influência dessas falas sobre os agentes da corporação.