Políticas de Trump estimularão mais compras de ouro pelos bancos centrais
Bancos centrais intensificam compras de ouro para diversificação das reservas, alcançando um aumento significativo em 2024. A busca por segurança diante das incertezas políticas e inflacionárias impulsiona o papel do metal precioso como reserva de valor.
Bancos centrais devem impulsionar ganhos do ouro em 2025, comprando o metal para diversificar reservas em meio aos riscos das políticas de Donald Trump.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 catalisou compras, resultando em mais de 1.000 toneladas métricas adquiridas anualmente, o dobro da média da última década.
O preço do ouro à vista alcançou o recorde de US$3.167,57 a onça, com um aumento de 19% em 2025 e 71% desde o final de 2022.
No último trimestre de 2024, após a vitória de Trump, as compras de bancos centrais cresceram 54% para 333 toneladas, conforme o Conselho Mundial do Ouro (WGC).
Segundo Michael Widmer, do BofA, os bancos emergentes têm apenas 10% de seus ativos em ouro e deveriam aumentar isso para 30%, necessitando de 11.000 toneladas adicionais.
Ele destacou que a incerteza econômica dos EUA leva a menos investimentos em Treasuries e mais esforço para desdolarização.
As guerras comerciais e políticas de Trump abalaram a ordem mundial, levando bancos centrais a procurar adicionar mais ouro, com a demanda em 2025 potencialmente sendo a maior em décadas.
Preocupações com pressões inflacionárias e busca por salários mais altos também reforçam o papel do ouro como reserva de valor.
Analistas do Macquarie afirmaram que o preço do ouro está sendo impulsionado pela disposição de investidores de pagar pela ausência de risco.
Os bancos centrais representam 23% do consumo global de ouro, sendo a terceira maior demanda, após joias e investimentos.