Polônia e países bálticos abandonam tratado que proíbe minas terrestres diante da ameaça russa
Quatro países europeus se retiram do tratado que proíbe minas antipessoais em resposta à crescente ameaça da Rússia. A decisão visa fortalecer suas defesas e garantir flexibilidade militar na proteção de suas fronteiras.
Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia anunciaram sua retirada da Convenção de Ottawa em 18 de outubro, visando reforçar defesas diante da crescente ameaça da Rússia e Bielorrússia.
Ministros da Defesa afirmaram que a situação de segurança na região "se deteriorou significativamente" desde a assinatura do tratado. Destacaram a necessidade de “flexibilidade e liberdade de escolha” para proteger o flanco oriental da OTAN.
O Tratado de Ottawa, em vigor desde 1997, proíbe o uso de minas antipessoais, assinado por mais de 160 países. Os países bálticos assinaram em 2005 e a Polônia em 2012.
Os ministros declararam: "Estamos preparados para usar todas as medidas necessárias para defender nosso território e liberdade".
Apesar da decisão, os países reafirmaram seu compromisso com as leis humanitárias internacionais, incluindo a proteção de civis durante conflitos armados.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os países da região aumentaram gastos militares e apoio a Kiev, tornando-se grandes doadores de apoio militar.
A Finlândia, recente membro da OTAN e signatária da convenção, também avalia a retirada, analisando as operações russas na Ucrânia.
Enquanto isso, a Ucrânia, signatária, recebeu minas dos EUA para uso na guerra e alega dificuldades em cumprir o tratado devido ao conflito. A ONU estima que a Ucrânia seja o país mais minado do mundo.
Adicionalmente, o artigo 20 da Convenção de Ottawa proíbe a retirada de um país em guerra.