Por 2026, Lula levará a periferias discurso com guinada à esquerda
Lula muda estratégia e intensifica presença em comunidades para fortalecer apoio popular enquanto enfrenta crise política. Com proposta de taxar ricos para beneficiar pobres, presidente se distancia da agenda de cortes de gastos.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta a maior crise política de seu terceiro mandato e planeja mudar sua abordagem.
Com foco nas periferias, Lula propõe aumentar impostos sobre os mais ricos para beneficiar os pobres, distanciando-se da agenda de corte de gastos defendida por partidos da coalizão.
Na quinta-feira, Lula visitou a Favela do Moinho em São Paulo, anunciando a compra de moradias. O evento foi informal, realizado em uma quadra de esportes, e as imagens promoveram sua aproximação com a comunidade.
No dia seguinte, no Tocantins, afirmou que algumas pessoas não gostam dele por sua proposta de elevar o Imposto de Renda dos mais ricos, buscando compensar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil.
O roteiro inclui eventos na Independência da Bahia e outras viagens em tom semelhante, com foco nas classes populares.
Atenções são voltadas ao acirramento das relações com o Congresso, especialmente após a derrubada do decreto que aumentou o IOF. Apesar das críticas à falta de propostas para conter gastos, Lula evita compromissos firmes.
Críticos e especialistas, como o professor Carlos Pereira, apontam que a solução não vem apenas de aumentar a carga tributária, especialmente sem bases legislativas sólidas.
A economista Zeina Latif alerta para um possível colapso em 2024, sugerindo cortes drásticos e revisão de políticas.
A estratégia do governo é eleitoral, buscando reforçar a ideia de "colocar o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda", uma mensagem já familiar na campanha de 2022.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho, critica a abordagem focada em coleta de impostos, que afeta a todos, inclusive os mais pobres.
Relatórios apontam que cortes no Orçamento já prejudicam instituições públicas. O Banco Mundial sugere um ajuste de cerca de 3% do Produto Interno Bruto como necessário, enquanto a Instituição Fiscal Independente vê as despesas atuais como insustentáveis.