Por melhores condições para um turismo feminino
A morte de Juliana Marins e de Julieta Inés Hernández destaca os desafios enfrentados por mulheres no turismo e a urgência de políticas que garantam segurança e igualdade de gênero. Iniciativas recentes, como descontos em hospedagens e condições especiais de financiamento, são passos importantes, mas precisam de monitoramento e transparência para efetivamente fazer a diferença.
Trágico acidente matou a publicitária Juliana Marins, de 26 anos, em viagem solo pela Ásia, comovendo a sociedade brasileira.
O caso reacendeu o debate: mulheres podem viajar sozinhas? Enquanto alguns questionam os riscos, outros reconhecem a coragem de viver plenamente.
Em 2017, participei como jurada de um concurso em Brasília, onde a proposta de uma rede de hospedagem exclusiva para mulheres enfrentou o medo da violência de gênero que persegue viajantes mulheres.
A artista circense Julieta Inés Hernández, a Miss Jujuba, foi violentada e morta em Presidente Figueiredo (AM) em dezembro de 2023. Ela fazia parte do grupo “Pé Vermêi”, promovendo arte e cultura popular.
A morte dela foi inicialmente classificada como latrocínio, contestada por organizações feministas que lutam pelo reconhecimento do feminicídio e seus vínculos com xenofobia.
As mulheres representam 59% dos trabalhadores autônomos em hospedagem e alimentação no Brasil, enfrentando desafios estruturais no setor de turismo.
Um recente relatório da OMT sobre mulheres no turismo na América Latina destaca a força do empreendedorismo feminino e a necessidade de promover a igualdade de gênero.
O turismo voltado às mulheres deve incorporar a segurança e enfrentar a violência de gênero. Produtos turísticos éticos e justos são fundamentais.
O relatório sugere que a capacitação de gênero deve ser transversal no setor turístico, promovendo transformação social e evitando fins lucrativos descolados do impacto social.
O Ministério do Turismo, junto à Abih, oferece desde abril de 2025 um desconto de 15% em hospedagens para mulheres viajantes sozinhas. No entanto, é necessário monitorar e avaliar essas iniciativas.
Construir um turismo justo, inclusivo e transformador requer fortalecer o protagonismo das mulheres, garantindo sua liberdade e segurança.