Por que 90% dos dados de internet que chegam ao Brasil passam por essa praia do Ceará
Fortaleza se destaca como um hub global de conectividade devido à concentração de cabos submarinos que conectam o Brasil ao resto do mundo. A cidade não apenas supera outros centros brasileiros em tráfego de dados, mas também atrai novos investimentos em data centers.
Infraestrutura da Internet é Majoritariamente Submarina
O avanço do 5G e da computação em nuvem pode sugerir que a internet atual é sem fio. Na realidade, depende de cabos submarinos, que conectam o mundo.
Cerca de 600 cabos submarinos de fibra óptica formam a espinha dorsal da internet. Estes cabos permitem a troca de dados globalmente, como filmes em serviços de streaming e arquivos na nuvem.
No Brasil, Fortaleza se destaca como um hub de conectividade. Na Praia do Futuro, 16 cabos conectam o país à Europa, África, Caribe e EUA. Isso coloca a cidade como a 17ª do mundo e a primeira na América Latina em termos de cabos submarinos, segundo a TeleGeography.
Fortaleza concentra quase 90% do tráfego internacional do Brasil. Os fatores geográficos e a produção de energia renovável ajudam na posição da cidade.
Os cabos funcionam como rodovias para a informação, transportando dados entre data centers, onde empresas como Google e Netflix armazenam informações. Esses centros têm elevado nível de segurança.
Atualmente, Fortaleza abriga pelo menos seis data centers em operação e outros três em construção, com investimentos totais de R$ 52,1 bilhões.
A infraestrutura utiliza fibra óptica para tráfego de dados quase na velocidade da luz. Aproximadamente 97% dos dados entre continentes trafegam por cabos submarinos, enquanto satélites representam apenas 3%.
Problemas técnicos e sabotagens são riscos associados aos cabos submarinos, que geralmente têm uma vida útil de 25 anos. Reparos em profundidades requerem tecnologia complexa.
A análise de dados indica que 70% a 80% do tráfego na internet brasileira é local, minimizando os impactos de eventuais panes internacionais.