Por que a ONU pode ficar sem dinheiro em poucos meses?
Cortes de orçamento e atrasos nas contribuições ameaçam a operação da ONU, que enfrenta um déficit de US$ 1,1 bilhão no final do ano. Enquanto países membros deixam de pagar suas contas, síntese da crise de liquidez coloca em risco a manutenção de suas atividades essenciais.
ONU enfrenta crise financeira devido a cortes orçamentários e atrasos em pagamentos de países membros.
A sede das Nações Unidas, em Nova York, destaca-se, mas suas escadas rolantes quebradas refletem cortes de custos feitos pelo secretário-geral António Guterres.
No dia 5 de maio, a ONU informará sobre um corte de US$ 600 milhões no orçamento de US$ 3,7 bilhões, visando evitar um calote.
A crise é agravada por inadimplência dos membros e um memorando vazado da Casa Branca, sugerindo que os EUA parem de pagar contribuições, o que pode levar a um colapso financeiro.
No último ano, a ONU registrou um déficit de US$ 200 milhões, e previsões internas indicam que o déficit pode alcançar US$ 1,1 bilhão até o final deste ano.
Contribuições obrigatórias, essenciais para funções principais da ONU, são pagas por países proporcionalmente às suas economias, mas muitos estão atrasados ou inadimplentes.
Apenas 49 países pagaram suas taxas em dia, forçando cortes de gastos que impactam diretamente operações essenciais, como manutenção da paz e monitoramento de direitos humanos.
Os Estados Unidos e a China respondem por 40% do orçamento da ONU, com pagamentos frequentemente atrasados. Os EUA têm uma dívida de US$ 3 bilhões em contribuições, que os impede de votar na Assembleia Geral se não regularizarem.
Em 2026, a ONU irá reembolsar US$ 300 milhões pela contribuição atrasada de 2024, e esse valor pode triplicar e chegar a US$ 600 milhões em 2027.
A situação é crítica e gera incertezas sobre o futuro da ONU, com possíveis cortes drásticos no orçamento, conforme resultado da revisão americana, prevista para julho.