Por que a Toyota é a maior vítima no Japão das tarifas da guerra comercial de Trump
Toyota enfrenta prejuízos bilionários devido a tarifas comerciais dos EUA e intensifica negociações com o Japão. A montadora tenta equilibrar produção local com a dependência de importações em meio a um cenário econômico incerto.
Toyota, a maior montadora do mundo, enfrenta perdas significativas devido à guerra comercial dos EUA.
O impacto das tarifas sobre carros e autopeças importadas levou a General Motors a reduzir seu lucro em até US$ 5 bilhões e a Ford a um impacto de US$ 1,5 bilhão anual.
A Toyota projeta uma queda de US$ 1,2 bilhão em lucros em apenas dois meses. Sua previsão de receita operacional para 2026 é de ¥ 3,8 trilhões (US$ 26,1 bilhões), bem abaixo dos ¥ 4,7 trilhões esperados.
A montadora japonesa, embora aumentando a produção local para mais da metade das vendas nos EUA, ainda depende de importações de 1,2 milhão de carros por ano.
O presidente Trump mencionou a Toyota em discurso, citando os “um milhão de automóveis de fabricação estrangeira” vendidos nos EUA.
As tarifas, que começaram a ser aplicadas em abril, estão dificultando as negociações comerciais entre Japão e EUA.
O CEO da Toyota, Koji Sato, afirmou que “os detalhes ainda são incrivelmente fluidos” no que diz respeito às tarifas.
Recentemente, um negociador japonês revelou que uma montadora do Japão está perdendo cerca de US$ 1 milhão por hora devido às tarifas.
As tarifas de 25% se aplicam à maioria dos veículos e autopeças importados.
A Nissan suspendeu pedidos de SUVs fabricados no México, enquanto a Honda está transferindo produção para os EUA devido ao novo ambiente comercial.
A Toyota já investiu US$ 13,9 bilhões em uma nova fábrica de baterias na Carolina do Norte e mantém o compromisso de produzir três milhões de veículos por ano no Japão.
Em 2024, a Toyota vendeu 10,8 milhões de carros globalmente, com os EUA respondendo por cerca de 25%.
Apesar das dificuldades, a Toyota investiu quase US$ 21 bilhões nos EUA desde 2020 e aumentou o número de empregos diretos em manufatura para 31.000.
A fábrica de Georgetown, Kentucky, está operando a pleno vapor, o que limita a flexibilidade para transferir modelos de outras instalações.