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Por que as ações da Petrobras viraram ‘termômetro’ para o conflito Irã X Israel-EUA?

As ações da Petrobras se beneficiam da alta do petróleo impulsionada por tensões geopolíticas, mas enfrentam pressões internas que podem impactar sua performance. Especialistas destacam que a volatilidade recente no setor é reflexo de situações de curto prazo, enquanto fatores fundamentais da empresa e do mercado permanecem relevantes.

Ações da Petrobras se destacam no Ibovespa em junho

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 11,90% até a última sexta-feira em meio a conflitos geopolíticos que afetam os preços do petróleo. Quando o temor de um conflito aumenta, as ações e o preço do petróleo tendem a subir.

O petróleo alcançou US$ 80 o barril, suas máximas em cinco meses, após o conflito entre Irã e Israel iniciar em 12 de junho. Um ataque dos EUA a instalações nucleares do Irã aumentou as expectativas de alta no preço do petróleo.

Após o ataque, as projeções indicavam que, se o estreito de Ormuz fosse fechado, o preço poderia ultrapassar US$ 100 no curto prazo. No entanto, a commodity teve um início de sessão volátil e caiu mais de 5% após o Irã atacar bases militares dos EUA no Catar.

John Kilduff, da Again Capital, indicou que, apesar das ameaças, os fluxos de petróleo não seriam o alvo principal, o que levou a uma forte queda no preço do petróleo. Consequentemente, as ações da Petrobras caíram cerca de 3%, puxando o Ibovespa para baixo.

Os especialistas apontam que a alta recente do petróleo é impulsionada por fatores geopolíticos, mas que os fundamentos do mercado no médio prazo permanecem fortes. A produção excessiva da OPEP+ e a redução da demanda global devem pressionar os preços.

Com os preços elevados do petróleo e um controle fiscal mais rígido do governo brasileiro, a narrativa para a Petrobras continua positiva. Contudo, a empresa deve equilibrar o otimismo da commodity com fatores internos, como política de dividendos e regulação de preços domésticos.

A Petrobras adaptou sua política de preços para acompanhar os movimentos internacionais de forma gradual, mas o governo pode pressionar para evitar aumentos abruptos. O cenário sugere uma política de reajustes periódicos sem repasses completos imediatos.

O Itaú BBA observa que, devido a expectativas de aumento da oferta pela OPEP e temores de repasse inflacionário, os investidores mantêm um viés pessimista. No entanto, houve um aumento no “FOMO”, ou medo de ficar de fora, levando a uma redução de posições underweight nas ações da Petrobras.

O debate sobre a possibilidade de dividendos extraordinários quando o Brent ultrapassa US$ 70/barril também voltou à tona, com a CEO da companhia mencionando a expectativa de um dividendo especial. O banco prevê que a correção das posições se estabilize no futuro.

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