Por que bolsas derreteram nos EUA e a brasileira foi na contramão com as tarifas recíprocas de Trump?

Mercados Globais Reagem ao Anúncio de Tarifas Recíprocas

O dia após o Dia da Libertação, marcado pelo anúncio das tarifas recíprocas do presidente Donald Trump, trouxe uma intensa queda nos mercados globais.

O principal índice da Bolsa de Nova York teve sua maior queda desde a pandemia, com ações de empresas como Apple e Walmart despencando devido às expectativas de alta da inflação. O petróleo caiu mais de 6%, enquanto o ouro atingiu US$ 3.167,84 antes de fechar a US$ 3.127,50.

Mary Ann Bartels, da Sanctuary Wealth, alertou: “Se essas tarifas se mantiverem, a economia vai desacelerar.” A chance de uma recessão nos EUA subiu para 50%, conforme Jim Zelter, da Apollo Global Management.

A Organização Mundial do Comércio previu uma possível contração de quase 1% no comercio global, uma revisão alarmante nas estimativas.

• Dow Jones: -3,98%
• S&P 500: -4,84% (perda de US$ 2 trilhões)
• Nasdaq: -5,97% (Sete Magníficas perderam US$ 1 trilhão)

As ações da Apple caíram 9,32%, e a Gap despencou 20,29%. Os mercados asiáticos também reagiram negativamente, com Tóquio e Seul em queda.

Na Europa, o FTSE 100 caiu 1,55%, enquanto o CAC 40 recuou 3,31%. No total, os 500 maiores bilionários perderam US$ 208 bilhões.

No Brasil, o Ibovespa encerrou estável, caindo apenas 0,04%. O dólar comercial teve uma queda significativa de 1,23%, atingindo R$ 5,628.

Paula Zogbi, da Nomad, acreditou que a tarifa mínima do Brasil pode protegê-lo em relação a outros países, mas alertou para a incerteza nos mercados a curto prazo.

Jerson Zanlorenzi, do BTG Pactual, ressaltou que a situação ainda está em evolução e que Trump está aberto a negociações, caso haja propostas vantajosas.