Por que ceder território ucraniano à Rússia é uma ideia estúpida
Reunião entre Trump e Putin visa discutir soluções para o conflito na Ucrânia, mas proposta de cedência territorial gera rejeição de Kiev. O encontro pode impactar a ordem internacional e o futuro da integridade territorial ucraniana.
Donald Trump se reunirá com Vladimir Putin na próxima sexta-feira no Alasca para discutir o fim da Guerra na Ucrânia.
Trump sugere que a Ucrânia ceda territórios para alcançar a paz, mas o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, rejeita a ideia, afirmando que a Constituição ucraniana não permite tal negociação.
O Artigo 73 da Constituição ucraniana exige um referendo nacional para qualquer alteração territorial, o que Zelenski não pode decidir sozinho.
Anexar terras a um invasor, especialmente à Rússia, traz riscos significativos. Historicamente, conquistas territoriais foram comuns, mas após 1945, a ONU estabeleceu normas contra isso.
A comunidade internacional, desde então, reconhece a soberania como um princípio fundamental, contribuindo para a maior paz na história recente, chamada de Longa Paz.
Qualquer exceção a essa norma pode gerar insegurança global, incentivando outros países a tentarem conquistas territoriais.
A guerra na Ucrânia já provocou 6,9 milhões de refugiados e 3,7 milhões de deslocados internos, um problema de alcance global.
A história mostrou que a normalização de anexações provoca desestabilidade, e é essencial manter a integridade ucraniana. Validar a anexação da Rússia significaria o colapso do direito internacional.
Desde 2014, a Ucrânia tem lutado para reverter a ocupação russa da Crimeia e do leste ucraniano, e ceder terras agora enviaria uma mensagem de fraqueza.
Defender a integridade territorial da Ucrânia é crucial para evitar que a lei da selva substitua a ordem baseada em regras.
Um acordo de paz duradouro exige um cessar-fogo supervisionado internacionalmente, retirada de tropas, e garantias de segurança para a Ucrânia.
Os resultados das discussões no Alasca podem redefinir a ordem internacional no século 21, destacando a importância de não confundir rendição com diplomacia.