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Por que China não é alternativa para vender produtos atingidos por tarifa de Trump

O Brasil intensifica negociações com os EUA para evitar tarifas de 50% sobre seus produtos, que podem impactar setores variados. Enquanto isso, a China se oferece para colaborar com o Brasil em um contexto de comércio internacional conturbado.

A poucos dias da implementação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, o governo brasileiro tenta negociar com a equipe do presidente Donald Trump.

Uma comitiva de senadores brasileiros se reuniu com a Câmara de Comércio americana na segunda-feira (28/7) para dialogar sobre o tema. O vice-presidente Geraldo Alckmin também conversou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, buscando exceções para os produtos que poderão ser taxados.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, ofereceu suporte ao Brasil, buscando cooperar em defesa do sistema multilateral de comércio. No entanto, especialistas indicam que redirecionar exportações do Brasil da América para a China é limitado, devido às diferentes naturezas das exportações.

A pauta de exportações para os EUA é diversa, incluindo produtos manufaturados, enquanto a exportação para a China é dominada por produtos básicos como soja, petróleo e minério de ferro.

  • 40% das exportações brasileiras para a China são de soja.
  • Petróleo e minério de ferro também são grandes exportações para a China.

Redirecionar bens como petróleo, carne bovina e minério de ferro pode ser viável, mas o excesso de oferta e os preços baixos representam desafios.

O ex-presidente Lula afirmou que, se não houver acordo, o Brasil aplicará uma tarifa de reciprocidade de 50% sobre os produtos americanos. Especialistas destacam que as commodities com maior exportação tendem a sofrer menos impacto.

Entretanto, setores como sucos de laranja e autopeças podem enfrentar grandes dificuldades, com risco de impactos diretos na produção e no comércio.

Cabe ressaltar que a balança comercial entre Brasil e EUA é superavitária, o que torna a tarifação de Trump vista como uma interferência política mais do que uma necessidade econômica. Lula defendeu a soberania do Brasil diante das ameaças de Trump.

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