Por que cresce número de pessoas sem-teto nos EUA, país mais rico do mundo
Trump anuncia medidas drásticas para reduzir a população de sem-teto em Washington DC, incluindo o uso da Guarda Nacional para a policiamento. Autoridades locais criticam a abordagem como simplista, enquanto dados mostram um aumento recorde no número de pessoas em situação de rua nos EUA.
Trump ordena deslocamento de sem-teto de Washington DC
No domingo (10/8), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que os sem-teto devem sair imediatamente de Washington DC, prometendo um lugar para eles, mas fora da capital. Ele também afirmou que criminosos devem ser presos.
Na segunda-feira (11/8), Trump convocou a Guarda Nacional e implementou reforço das patrulhas noturnas com o FBI, com o objetivo de tornar a cidade 'mais bela e segura'. As autoridades locais, lideradas pela prefeita Muriel Bowser, consideraram a iniciativa "desconcertante e improcedente", já que a criminalidade está em queda.
Os números mostram que em 2024, 770 mil pessoas estavam em situação de rua nos EUA, o maior índice desde o início dos registros. A contagem realizada pelo Departamento de Moradia e Desenvolvimento Urbano (HUD) indicou uma alta de 18% em relação a 2023.
Fatores estruturais por trás do aumento incluem escassez de moradia acessível, disparidade entre salários e aluguéis, além da redução da assistência federal. O impacto da imigração também contribui para a situação, com muitas famílias recentes se somando à população sem-teto.
Trump atribui o aumento a problemas como dependência de drogas e doenças mentais, prometendo ações para tratar esses indivíduos. No entanto, a Aliança Nacional para o Fim dos Sem-Teto argumenta que essa abordagem é "simplista e distorcida", enfatizando que a criminalização não resolve a crise.
Specialistas destacam que a abordagem de Trump desconsidera as causas estruturais da falta de moradia, como a alta pressão demográfica e a falta de acesso a serviços de saúde.
A ordem executiva de Trump busca aumentar o controle sobre os sem-teto, mas gera preocupações sobre privacidade e vigilância, além de potenciais violações de direitos humanos.