Por que é tão difícil exportar castanhas do Brasil?
Exportadores de castanha enfrentam desafios devido a exigências burocráticas que dificultam vendas internacionais. A Mesa Executiva de Exportação busca identificar e resolver esses obstáculos para melhorar a competitividade do setor.
Exportadores brasileiros de castanha enfrentam dificuldades para cumprir exigências legais, resultando em perdas significativas de vendas internacionais. Um contêiner gera cerca de R$600 mil; com vendas não realizadas, o montante se acumula rapidamente.
A questão não é a qualidade do produto ou preços altos, mas a complexidade burocrática que demanda tempo e recursos. Competidores na Bolívia e no Peru exportam volumes superiores devido a procedimentos menos complicados.
Na primeira reunião da Mesa Executiva da Castanha, os participantes destacaram dificuldades na obtenção de certificados fitossanitários, essenciais para exportação. Este documento é exigido, mas a emissão pelo governo brasileiro é condicionada a provas de exigência.
Consequência: exportadores dependem de comprovações que atrasam o processo. Em contraste, a Bolívia emite o certificado automaticamente, resultando em menores custos e maiores expectativas de importadores.
Outro entrave detectado é a obtenção de certificados de sanidade alimentar, com beneficiadores na Amazônia viajando até 2.500 km para laboratórios em São Paulo, aumentando custos e prazos.
A Mesa Executiva coletou dados internacionais sobre requisitos e atualizou uma base que antes tinha apenas 6 registros. Essa iniciativa está começando a melhorar a situação.
Visão distinta: muitos problemas não são evidentes ou grandes, mas sim pequenos entraves que se acumulam, formando uma barreira intransponível. Empresas amazônicas, sem condições de competir internacionalmente, permanecem restritas ao mercado nacional.
Para mudar a realidade: é necessário um método sistemático para detectar e remover esses obstáculos, como as Mesas Executivas, que ajudam na identificação. O trabalho é meticuloso, mas essencial para a bioeconomia prosperar e gerar riqueza na região.