Por que Fux votou contra tornozeleira e outras cautelares para Bolsonaro?
Ministro Luiz Fux diverge em votação e critica medidas cautelares contra Jair Bolsonaro. Ele argumenta que as restrições são desproporcionais e não há evidências concretas que justifiquem tais imposições.
Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o único a divergir na Primeira Turma e votar contra medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As medidas incluem uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno. Fux as classificou como “desproporcionais” e afirmou que não há elementos novos que justifiquem restrições a direitos como liberdade de ir e vir e liberdade de expressão.
Ele destacou a falta de indícios de que Bolsonaro tentava deixar o país, um argumento de Moraes para o monitoramento. Fux afirmou:
- “A apreensão do passaporte e o domicílio fixo afastam risco de evasão.”
- “Falta o periculum in mora e o fumus comissi delicti para justificar essas medidas.”
O ministro também rejeitou a ideia de que ações de Eduardo Bolsonaro no exterior possam influenciar decisões do STF, reafirmando a independência do Judiciário.
Fux questionou ainda o envolvimento do STF em questões diplomáticas e econômicas, como tarifas sobre produtos brasileiros. Ele afirmou que:
- “Esses temas devem ser tratados nos âmbitos políticos e diplomáticos.”
- “Questões econômicas não devem ser judicializadas.”
Ainda assim, Fux foi voto vencido. A Primeira Turma confirmou as medidas cautelares por quatro votos a um, com apoio de Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.