Por que Ibovespa sobe e dólar cai mesmo após revés do IOF elevar temor fiscal?
Ibovespa sobe com alívio no IPCA-15 e recuperação nas commodities. Mercado acompanha reações a derrubada do decreto do IOF e possíveis mudanças na política monetária.
Ibovespa apresenta alta de 1% nesta quinta-feira (26), impulsionado pela valorização dos índices de ações ocidentais e commodities. O IPCA-15 em queda e preocupações fiscais seguem no radar dos investidores.
A às 11h32, o Índice Bovespa subia 0,91%, atingindo 137.003,99 pontos, após mínima de 135.755,55 pontos. Ações sensíveis ao ciclo econômico se destacam, com a queda do dólar comercial, que recuava cerca de 0,7% e se aproximava dos R$ 5,50.
Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 1,02%, aos 135.767,29 pontos, com o dólar subindo 0,63%. O motivo foi o anúncio da votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para revogar o aumento do IOF, que pegou o mercado de surpresa, segundo Rodrigo Ashikawa, da Principal Asset Management.
“A derrota do governo mostra o conflito entre governo e Congresso,” disse Ashikawa. Mas o alívio no IPCA-15 prevalece sobre essa situação.
Leonardo Santana, da Top Gain, destaca que o sentimento no mercado é otimista, impulsionado por fatores externos como o fim da guerra e a possibilidade de cortes de juros. Apesar de o IOF ser visto como negativo, ele acredita que não impactará significativamente o mercado.
O Banco Central espera que o IPCA permaneça acima da meta de 3% até o quarto trimestre de 2027. O IPCA-15 de junho apresentou alta de 0,26%, abaixo da projeção de 0,31%, acumulando 5,27% em 12 meses.
A arrecadação federal em maio foi de R$ 230,152 bilhões, alta real de 7,66% em relação ao ano anterior, superando as expectativas.
O Senado aprovou o projeto que suspende o novo decreto do governo Lula sobre o IOF, a primeira derrubada de um decreto presidencial em 33 anos. O mercado agora acompanha a reação do governo.
No exterior, há otimismo com o cessar-fogo no Oriente Médio. O petróleo subia acima de 1%, e o minério de ferro teve alta de 0,64% em Dalian. Nos EUA, a terceira leitura do PIB do primeiro trimestre apresentou uma contração de 0,5%.