Por que Mais Médicos virou alvo do governo de Trump

O governo Trump revogou os vistos de dois brasileiros, Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, envolvidos no programa Mais Médicos.

A decisão foi anunciada em 13/08 pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, como parte da política de restrição de vistos relacionada a Cuba.

Sales e Kleiman são acusados de atuarem no "esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano", relacionado à participação de médicos cubanos no programa entre 2013 e 2018.

O Departamento de Estado dos EUA alega que eles enriqueceram o "corrupto regime cubano", privando a população cubana de atendimento médico.

Além disso, o comunicado menciona a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como intermediária, discordando dos requisitos constitucionais brasileiros e contornando as sanções dos EUA a Cuba. A Opas não se pronunciou.

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o programa passou a priorizar profissionais brasileiros, com 92,25% dos 24,9 mil médicos ativos sendo nacionais.

A medida foi elogiada por Eduardo Bolsonaro, que pressiona os EUA por sanções a autoridades brasileiras. Isso ocorre num contexto de retaliações de Trump, incluindo tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções ao ministro Alexandre de Moraes.

A BBC News Brasil buscou posicionamentos de Sales e Kleiman, atualizando a reportagem quando houver retorno.

Sobre o Mais Médicos:

• Programa do Ministério da Saúde para melhorar atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
• Leva médicos a áreas remotas e promove a formação de profissionais.
• Tem como foco a Equidade no acesso à saúde e fortalecimento da Estratégia Saúde da Família.
• Lançado em 2013, o programa já passou por várias fases, contando atualmente com 28.000 vagas.

O programa é reconhecido pela aprovacão dos usuários do SUS e prioriza a continuidade do atendimento humanizado.