Por que Moraes proibiu Silas Malafaia de falar com Bolsonaro e sair do Brasil
Moraes restringe comunicação de Silas Malafaia com Bolsonaro e determina entrega de passaportes. Investigação aponta envolvimento do pastor em crimes relacionados a coação e obstrução de justiça.
Ministro do STF, Alexandre de Moraes, proibiu o pastor evangélico Silas Malafaia de se comunicar com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, além de restringir suas viagens ao exterior.
Malafaia teve que entregar todos os seus passaportes e a Polícia Federal recebeu autorização para acessar seus dispositivos eletrônicos e quebrar sigilos bancário, fiscal e telefônico.
No depoimento à PF, Malafaia criticou Moraes, chamando-o de criminoso e expressando indignação sobre as restrições impostas. Ele destacou: "Eu não sou bandido" e "que país é esse?"
Na mesma data, a PF indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por coação a autoridades em um processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
As investigações apontam que ambos tentaram pressionar autoridades e que suas ações podem levar o Brasil a sanções dos EUA.
O STF decidiu pela medida após a PF apresentar mensagens entre Malafaia e Bolsonaro sobre tarifas impostas pelos EUA e uma possível anistia a envolvidos na invasão de Brasília em 8 de janeiro de 2023.
Malafaia, segundo a PF, orientou Bolsonaro a condicionar a suspensão das tarifas à anistia e fez um apelo para viralizar essa narrativa, sugerindo pressão sobre o STF.
A Procuradoria Geral da República recomendou as medidas contra Malafaia, afirmando que ele atuou como “orientador e auxiliar” nas ações de coação promovidas pelos Bolsonaro.
Moraes justificou a decisão citando que Malafaia influenciava diretamente Bolsonaro em "atos executórios" relacionados a crimes de coação e obstrução de investigação.
A Polícia Federal terá 15 dias para apresentar um relatório sobre o material apreendido de Malafaia, que também se manifestou em vídeo sobre a investigação, reclamando de vazamentos e afirmando que a PF está "a serviço de Lula e de Alexandre Moraes."
Malafaia foi organizador de um ato de apoio a Bolsonaro em 3 de agosto, evento que resultou na prisão domiciliar do ex-presidente no dia seguinte.