Por que o Brics defende tanto o multilateralismo —e como isso confronta Trump
Reunião do Brics foca na defesa do multilateralismo em meio a crises globais. Países buscam fortalecer instituições internacionais e promover reformas no Conselho de Segurança da ONU.
Brics debate defesa do multilateralismo em cúpula
No dia 6, a reunião de cúpula do Brics abordou a defesa do multilateralismo, enfatizando a necessidade de resolução conjunta de questões internacionais, em vez de ações unilaterais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o multilateralismo enfrenta crise, alertando sobre o colapso da ONU, que completou 80 anos. Ele afirmou: "Avanços arduamente conquistados estão ameaçados".
Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem adotado atitudes unilaterais, como a imposição de tarifas, contrariando regras da OMC, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, ignorando o Conselho de Segurança da ONU.
A cúpula do Brics prevê duas sessões: uma sobre Paz e Segurança e outra sobre Fortalecimento do Multilateralismo. Lula mencionou a importância do Brics em promover uma governança internacional atualizada.
A reunião também busca a reforma de instituições globais, como a ONU e o FMI, que precisam de mais representatividade e poder de ação, pois atualmente, países fortes dominam esses fóruns.
A pesquisadora Marianna Albuquerque ressaltou que, apesar das mudanças não ocorrerem imediatamente, o Brics deve manter essa agenda em pauta, especialmente à medida que novos países se juntam e também se comprometem com reformas.
Os países do Brics devem concordar em não impor sanções unilaterais, como as da Europa contra a Rússia, em respeito ao direito internacional.
A defesa do multilateralismo é uma prioridade histórica do Brics, que existe desde os anos 2000.