Por que o Mais Médicos está na mira do governo Trump?
Governo dos EUA critica programa por considerar exploração de médicos cubanos. Punições incluem a revogação de vistos de autoridades brasileiras envolvidas na iniciativa.
Programa Mais Médicos do Brasil é alvo de punições anunciadas pelo governo de Donald Trump.
No dia 13 de setembro, o Departamento de Estado dos EUA retirou os vistos de:
- Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde.
- Alberto Kleiman, ex-diretor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde.
A revolta está relacionada à contratação de médicos cubanos por meio de um acordo com o governo de Cuba. O Brasil paga diretamente a Cuba, que repassa apenas uma parte aos médicos, os quais são obrigados a retornar ou mudar de país conforme as diretrizes cubanas.
O Departamento de Estado dos EUA declarou que os funcionários brasileiros foram cúmplices na exploração de trabalhadores médicos cubanos, criticando o regime cubano.
O secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou também restrições para funcionários de países africanos, cubanos e de Granada.
O que é o Mais Médicos?
Iniciado em 2013 no governo Dilma Rousseff, o programa visa levar profissionais a regiões remotas do Brasil. Até hoje, ele já recebeu mais de 18 mil médicos cubanos.
Dados atuais: Das 28.578 vagas, 22.755 são ocupadas por brasileiros e 2.659 por cubanos.
O programa cubano:
Desde a Revolução de 1959, Cuba envia médicos para suprir carências em países do mundo todo. O programa, denominado Henry Reeve International Medical Brigade, atendeu mais de 3,5 milhões de pessoas em 21 países entre 2005 e 2017, salvando cerca de 80 mil vidas.
Críticas surgem devido ao fato de Cuba receber o pagamento integral pelos serviços, que é uma vital fonte de recursos, especialmente diante das sanções econômicas que enfrenta.