Por que os carros elétricos ultrabaratos da China, como os da BYD, estão assustando a própria China
Governo chinês expressa preocupação com os cortes de preços em veículos elétricos, sinalizando problemas para o setor automotivo. A busca por participação de mercado pode levar a consequências negativas para a economia local e a reputação dos produtos "made-in-China".
A combustão da guerra de preços de veículos elétricos (EVs) na China causa preocupações globais.
A China se destaca na fabricação barata de EVs, gerando inquietação em países com grandes montadoras. Governos investigam subsídios chineses e impõem barreiras comerciais.
Recentemente, a BYD, maior fabricante de EVs da China, reduziu preços de 22 modelos, incluindo seu modelo mais barato, o Seagull, para 55.800 yuans (R$ 43 mil).
Essa decisão levanta alarmes no governo chinês, que expressou preocupação sobre a guerra de preços, afirmando que "não há vencedores". O Ministério da Indústria promete limitar a concorrência acirrada para proteger investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A Great Wall Motor compara a crise ao colapso do mercado imobiliário, alertando que o setor automobilístico se encontra em um estado insalubre.
Atualmente, existem 115 marcas chinesas de EVs, mas apenas algumas são lucrativas. A BYD, com sua ampla capacidade e controle dos direitos de mineração, permanece em posição competitiva.
Com a guerra de preços, demissões e redução de salários no setor automobilístico podem acontecer, afetando a demanda interna fraca. A China busca aumentar as exportações, planejando vender metade de seus veículos no exterior até 2030.
Apesar de tarifas mais altas da União Europeia, a BYD superou a Tesla nas vendas na Europa em abril. Essa guerra de preços na China terá impactos globais, alimentando tensões comerciais devido à exportação excessiva de capacidade.