Por que 'os deuses' atrasaram a chegada da teoria da probabilidade matemática
A história de Creso e suas tentativas de prever o futuro revelam a complexidade e os perigos da interpretação de profecias. A evolução da teoria da probabilidade, iniciada por pensadores como Pascal e Fermat, transformou a maneira como lidamos com incertezas, embora ainda não forneça respostas absolutas.
Rei Creso da Lídia, no século 6, preocupado com o poder crescente da Pérsia, consultou o Templo de Apolo em Delfos, em busca de orientação divina. Ele recebeu a profecia de que, se atacasse, destruiria um grande império, resultando na destruição de seu próprio império.
As profecias do Oráculo de Delfos eram frequentemente enigmáticas, e muitos buscavam a Pitonisa para temas variados, de decisões políticas a questões pessoais.
No século 4 d.C., a autoridade do oráculo foi desacreditada em Roma, que desenvolveu métodos alternativos de previsão, como os dados, acreditando que o acaso era regido pelos deuses.
A teoria da probabilidade só começou a ganhar forma no século 18, apesar da compreensão matemática avançada da antiguidade. O dilema das apostas e o jogo interrompido motivaram a troca de cartas entre Blaise Pascal e Pierre de Fermat, que fundamentou essa teoria.
Pascals' triângulo possibilitou dividir apostas de forma justa em jogos interrompidos, revolucionando a forma como eventos futuros eram previstos. A teoria da probabilidade começou a se solidificar e passou a ser aplicada em diversas áreas.
Aposta de Pascal: em questões de fé, Pascal propôs que, sem evidências claras, era mais seguro "apostar que Deus existe".
A teoria da probabilidade, hoje, permeia decisões em áreas como política, economia e saúde, lidando com a incerteza e oferecendo um leque de futuros possíveis, ao passo que os oráculos, embora infalíveis em sua época, não poderiam proporcionar a mesma precisão moderna.
Hoje, uma análise moderna poderia dar a Creso uma chance de vitória maior contra Ciro II da Pérsia, mas não teria a certeza absoluta do antigo oráculo.