Por que terras raras podem ser trunfo do Brasil para conter tarifaço de Trump
O Brasil busca alianças estratégicas com os Estados Unidos para explorar suas reservas de terras raras e nióbio, como uma resposta ao aumento das tarifas sobre seus produtos. O governo Lula vê esses recursos como fundamentais para fortalecer a economia e garantir a soberania mineral do país.
Brasil se posiciona em meio a tarifaço dos EUA
Às vésperas do tarifaço aos produtos brasileiros, que entra em vigor em 6/8, o Brasil aposta nas terras raras como trunfo geopológico.
O governo Lula, representado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera incluir a exploração de minerais críticos nas negociações com os EUA.
Haddad destacou: "Temos minerais críticos e terras raras. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes."
O novo presidente do PT, Edinho Silva, ressaltou a importância de um plano para a exploração das terras raras, afirmando que são riquezas do povo brasileiro.
Esses minerais, essenciais para a indústria de alta tecnologia, devem ter sua demanda aumentada em 1,5 mil por cento até 2050, segundo a Unctad.
A China domina a cadeia produtiva, com 60% da produção e 90% do refino global, criando dependência dos EUA.
Trump já busca novos fornecedores, incluindo o Brasil, que detém até 23% das reservas conhecidas de terras raras.
O Brasil também é um líder global em níobio, com 92% da produção, vital para tecnologias diversas, incluindo a indústria militar.
A competição por esses recursos entre EUA, China e Rússia intensifica a luta por controle mineral, levantando preocupações sobre um possível neocolonialismo.
Diante dessa disputa, o Brasil precisará equilibrar exploração mineral com a preservação ambiental, especialmente na Amazônia.
Segundo a ONU, o mundo precisará investir até US$ 450 bilhões em minérios críticos até 2030, reforçando a necessidade de práticas de mineração mais sustentáveis.
A disputa por terras raras e outros recursos deve continuar a crescer, sendo parte crítica de futuras dinâmicas geopolíticas.