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Por que terremoto em Mianmar foi sentido tão longe do epicentro e outras 3 perguntas sobre a tragédia

Terremoto de magnitude 7,7 em Mianmar provoca devastação e colapso de edifícios, com graves consequências na Tailândia. Especialistas analisam os fatores geológicos e estruturais que intensificaram os danos na região.

Forte terremoto em Mianmar na sexta-feira (28/3) registrou magnitude de 7,7, resultando em milhares de mortos e feridos, além do colapso de muitos edifícios. A ocorrência afetou também países vizinhos como Tailândia e China, apesar de serem menos propensos a abalos sísmicos.

O epicentro foi a apenas 10 km de profundidade, tornando o tremor muito superficial, o que ampliou seu impacto.

Causas do terremoto: A atividade sísmica em Mianmar é intensa devido à convergência de quatro placas tectônicas: Eurasiática, Indiana, Sonda e Birmânia. O movimento das placas gera falhas, como a Falha de Sagaing, que pode provocar terremotos significativos.

A magnitudede 7,7 libera mais energia do que a bomba de Hiroshima, e sua propagação é facilitada pela configuração da falha, que se estende 1.200 km, atingindo a Tailândia.

Impacto em Bangkok: Apenas um arranha-céu, a sede inacabada do Gabinete do Auditor Geral em Bangkok, desabou. A cidade, construída sobre solos macios, amplificou as ondas sísmicas. Antes de 2009, Bangkok carecia de regulamentações adequadas de segurança para edifícios resistentes a terremotos.

Condicionantes do colapso: O arranha-céu estava em construção com um método de "laje plana", considerado inadequado para áreas sísmicas. A qualidade dos materiais utilizados e irregularidades estruturais também estão sob investigação.

Condições em Mianmar: Mandalay, mais próxima do epicentro, sofreu tremores mais intensos. Historicamente, o país enfrenta desafios, como pobreza e instabilidade política, que dificultam a implementação de códigos de segurança para construções.

A localização de muitos edifícios em áreas vulneráveis, como planícies de inundação, aumenta o risco de liquefação, que pode gerar deslizamentos de terra e desabamentos. Tremores secundários também representam risco contínuo à estrutura nas proximidades da falha.

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