Por que Trump assumiu o controle da polícia de Washington se a criminalidade da cidade diminuiu?
Trump toma controle federal da polícia de Washington em resposta à suposta crise de criminalidade, mobilizando soldados da Guarda Nacional. Críticos apontam que a violência na capital está em queda e questionam a eficácia das ações do presidente.
WASHINGTON - Em 11 de setembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o controle federal da polícia em Washington por 30 dias e mobilizou 800 soldados da Guarda Nacional para combater o crime na capital.
Trump afirmou que a cidade estava "tomada por criminosos sanguinários", apesar da queda dos índices de criminalidade no Distrito de Columbia.
Durante uma coletiva de 78 minutos, ele também anunciou planos para retirar a população de rua, sem fornecer detalhes sobre a implementação.
O presidente comparou assassinatos em Washington com outras cidades, ignorando a recente diminuição na criminalidade. Embora a taxa de crimes violentos tenha aumentado em 2023, ela apresenta uma queda de 35% até 2024.
Trump descreveu Washington como um "inferno urbano" e culpou os democratas pela criminalidade. “Nossa capital foi tomada por gangues violentas”, declarou.
Respostas locais foram negativas: a prefeita Muriel Bowser chamou as ações de Trump de “perturbadoras e sem precedentes”, afirmando que todos trabalham para conter a criminalidade.
Trump se baseou no ‘DC Home Rule Act’, que lhe confere poder temporário sobre o Departamento de Polícia Metropolitana. Um funcionário confirmou que a intervenção duraria 30 dias.
Na coletiva, Trump falou sobre sua experiência no mercado imobiliário e evitou esclarecer a logística de sua medida. Anunciou que a Procuradora-Geral Pam Bondi supervisionaria o esforço, junto com Gadyaces S. Serralta e Terry Cole.
Críticos apontaram que a falta de juízes e a crise no Ministérios Público, além de decisões do passado, como o perdão de manifestantes do Capitólio, impactaram a criminalidade.
Moradores expressaram preocupação com as estatísticas de criminalidade divulgadas, mas não relataram a violência descrita por Trump. Um deles, Sarah Struble, preferiu que os recursos fossem direcionados a serviços comunitários.