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Por que turbulência em voos está ficando mais forte e frequente

Especialistas alertam para o aumento da turbulência nos voos devido às mudanças climáticas, prevendo um impacto significativo na segurança e custos das companhias aéreas. A situação atual gera novas preocupações entre os passageiros, intensificando o medo de voar.

Andrew Davies estava a caminho da Nova Zelândia para trabalhar em uma exposição da série Doctor Who quando o avião enfrentou forte turbulência.

Após uma viagem tranquila de Londres a Singapura, o avião sofreu uma queda abrupta, lembrando uma montanha-russa. Passageiros se machucaram e Geoff Kitchen, de 73 anos, faleceu devido a um ataque cardíaco.

A morte decorrente de turbulência é rara, com apenas quatro casos estimados desde 1981. No entanto, 207 ferimentos graves foram registrados nos EUA desde 2009, causando internações prolongadas.

Especialistas alertam que, devido às mudanças climáticas, as viagens aéreas podem se tornar mais turbulentas. A previsão é de um aumento de duas a três vezes na ocorrência de turbulências severas nas próximas décadas, segundo o cientista atmosférico Paul Williams.

A rota entre o Reino Unido e os EUA, Canadá e Caribe é especialmente impactada, com um aumento de 55% na turbulência severa no Atlântico Norte nos últimos 40 anos.

As mudanças climáticas aumentam a turbulência convectiva e a turbulência de céu claro, que é invisível e difícil de prever. Tempestades formadas por ar quente e úmido são frequentemente as responsáveis.

O capitão Nathan Davies notou um aumento de grandes células de tempestade, e as condições climáticas extremas podem impactar economicamente as companhias aéreas, com custos que variam de 180 mil a 1,5 milhão de libras esterlinas anuais por companhia.

Para mitigar a turbulência, as companhias aéreas aprimoraram as previsões de turbulência e implementaram medidas como encerrar o serviço de bordo em altitudes superiores e modificar o design das asas, em experimentos inspirados em corujas.

Embora a turbulência futura possa ser mais frequente e severa, os especialistas afirmam que não há razão para pânico, pois, na maioria das vezes, não representa um perigo. Andrew Davies, após sua experiência, se sente mais nervoso, mas está determinado a continuar voando.

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