Porto é primeira empresa a ter conselho de administração formado por maioria feminina

Porto é pioneira no Ibovespa, com um conselho de administração formado por 57,1% de mulheres. Com isso, se torna a primeira empresa no índice a ter maior participação feminina do que masculina. Até então, o Banco do Brasil liderava com 50%.

As conselheiras se reunirão juntas pela primeira vez em agosto. De acordo com Paula Cardoso Neves, que já enfrentou ambientes predominantemente masculinos em sua carreira, essa representatividade é uma novidade significativa.

Pesquisa do Estadão revela que 34,9% das 83 empresas do Ibovespa têm reuniões de conselhos com apenas uma mulher. 79,5% das empresas têm menos de 30% de mulheres em seus conselhos, enquanto 36,1% não têm nenhuma mulher nas diretorias.

Um projeto de lei da deputada Tabata Amaral propõe a reserva de 30% das cadeiras dos conselhos para mulheres, com um foco especial em mulheres negras e com deficiência. Essa lei poderá impactar empresas públicas e de economia mista.

Atualmente, apenas 16 de 50 localidades analisadas pelo Deloitte têm medidas de reserva de vagas femininas em conselhos de administração. Exemplos incluem França, Noruega e Itália, com 44%, 43,5% e 40,4% de presença feminina, respectivamente.

As conselheiras da Porto enfatizam a importância de uma liderança diversa. Neves destaca que, em sua trajetória, se sentiu pressionada a adotar comportamentos masculinos para ser ouvida. “A mulher larga muito atrás dos homens”, reconhece.

Apesar do progresso, a Porto ainda não tem uma diretoria executiva diversificada, mas possui uma meta de 50% de mulheres em posições de liderança até 2030, atualmente com 44%. Essas iniciativas incluem programas de desenvolvimento para preparar lideranças femininas.