Portugal adia votação de pacote anti-imigração no Parlamento após polêmica
Parlamento opta por debater pacotes anti-imigração mais a fundo, após polêmica em torno de discurso de ódio. Propostas visam restringir cidadania e aumentar vigilância sobre imigrantes em Portugal.
Parlamento de Portugal adiou a votação de um pacote anti-imigração nesta sexta-feira (4).
O governo do primeiro-ministro Luís Montenegro solicitou que as medidas sejam debatidas em comissões especializadas antes da votação.
O partido Chega gerou polêmica ao ler uma lista de nomes de crianças estrangeiras, afirmando que crianças portuguesas são preteridas em escolas. A leitura provocou protestos do Partido Socialista, que acusou Ventura e Matias de discurso de ódio.
O vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, destacou que o pacote precisa de mais debate para unir o país. O projeto visa:
- Restringir a cidadania portuguesa e a imigração.
- Aumentar o tempo de residência para pedido de cidadania de 5 para 7 anos.
- Estender o prazo para trazer família e naturalizar filhos.
- Criar uma nova força policial para fiscalizar e deportar imigrantes.
- Restringir vistos de trabalho e criar centros de detenção para irregulares.
Atualmente, cerca de 500 mil brasileiros residem em Portugal, o que representa a maior nacionalidade entre 1,3 milhão de imigrantes no país. Em março de 2024, a imigração era a 11ª maior preocupação entre os eleitores, mas em outubro, 10% a consideravam uma prioridade, subindo para 41% em abril.
Esse aumento se deve ao discurso violento do Chega e à percepção de uma "imigração descontrolada" fomentada nas redes sociais e na mídia.